Odi profanum vulgus et arceo

28/02/05

ex machina

Miele, máquina de lavar roupa, lavadeira
Zanussi, máquina de lavar loiça, loiceira
chita, máquina de correr, corredora
cão, máquina de cagar, cagadeira
cadela, máquina de ladrar, ladradeira
gato, máquina de filar, filadeira
gata, máquina de parir, parideira
mulher, máquina de foder, fodilheira
homem, máquina de fingir, fingideira
esfregona, máquina de limpar o chão, limpadeira
La Cimballi, máquina de café, cafeeira
cabra, máquina de pastar, pastadora
leão, máquina de matar, matadora
Maoísta, máquina de exterminar, exterminadora
Fellini, máquina de fazer Cinema, cinemática
Guterres, máquina de arrastar, arrastadeira
Portugal, máquina de falar, cavaqueira
praia, máquina de torrar, torradeira
tempo, máquina de matar, matadeira
espaço, máquina de esquecer, matemática

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23/02/05

* PA *

Ganhámos, claro que ganhámos


Partidos Concelhos Concelhos Freguesias Freguesias Mandatos
11 308 306 4252 4250 226
Inscritos Votantes Abstenção Brancos % Nulos %
8785189 5711981 34.98% 103555 1.81% 63765 1.12%


Resultados oficiais (Hondt)
Listas Votos % Mandatos %
PS 2573302 45,05% 120 53,10%
PPD/PSD 1638940 28,69% 72 31,86%
PCP-PEV 432130 7,57% 14 6,19%
CDS-PP 414856 7,26% 12 5,31%
B.E. 364296 6,38% 8 3,54%
PCTP/MRPP 47744 0,84% 0 0,00%
PND 39986 0,70% 0 0,00%
PH 16866 0,30% 0 0,00%
PNR 9365 0,16% 0 0,00%
POUS 5572 0,10% 0 0,00%
PDA 1604 0,03% 0 0,00%
  5544661 97,07% 226 100,00%


Resultados reais (proporcional)
Listas Votos % Mandatos %
PA 3073208 34,98% 79 35,66%
PS 2573302 29,29% 66 29,86%
PPD/PSD 1638940 18,66% 42 19,02%
PCP-PEV 432130 4,92% 11 5,01%
CDS-PP 414856 4,72% 11 4,81%
B.E. 364296 4,15% 9 4,23%
PCTP/MRPP 47744 0,54% 1 0,55%
PND 39986 0,46% 1 0,46%
PH 16866 0,19% 0 0,20%
PNR 9365 0,11% 0 0,11%
POUS 5572 0,06% 0 0,06%
PDA 1604 0,02% 0 0,02%
  8617869 98,10% 222 100,00%


http://195.245.179.232/legis2005/
Fonte (dados oficiais): RTP

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Inteligência artificial



Bálhamedeus.

Ração para extermínio de pombos?

Isso é lá critério de busca, santinho!

Eu cá gosto de pombos, vou já adiantando. Pombas. Rolas. Passarada em geral. Que raio. Eu próprio sou parente dos palumbus, se bem que extinto. Os pombos são meus primos, para ser exacto. Há um pombo que é meu amigo pessoal, arrulha e rodopia desesperadamente quando me vê, deve achar que lhe faço concorrência com as pombas lá do adro da igreja, que é o território dele.

Mas cadê o quê? Qual cadê, qual carapuça. Maoísta do caraças, esse caramelo que aqui veio parar com tão asinino e assassino critério.

Ração mas é para ti, ó palerma. Tu é que merecias o extermínio, ouviste? Deixa os pombos em paz, animal!

Porra. Já não durmo hoje.

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18/02/05


Partido Abstencionista


Por mais asterisco para todos


Manifesto eleitoral

Portugueses:

No próximo dia 20, Domingo, os Portugueses vão mais uma vez ser chamados às urnas para, através do seu voto, escolherem o novo Governo. Mais do mesmo, como todos sabemos, mas, ainda assim, tratando-se de um ritual absolutamente inócuo e de resultados completamente indiferentes, seria conveniente que, a bem da Nação, o Povo português e demais pessoas conhecessem aquilo que realmente está em causa. Desta como das outras vezes, e como será em futuras ocasiões - não duvidemos - apenas o nosso Partido sairá vencedor. É esse o facto político e a única, grande, transparente verdade que todos os outros Partidos tentam escamotear.

De facto, o Partido Abstencionista (P.A.) ganhou todas as eleições desde o 25 de Abril, por larguíssima e sempre crescente margem; isto, claro, descontando a primeira ida às urnas após a abrilada, para a debutante Assembléia Constituinte, nos idos de 75; naquela altura era novidade, e por isso não houve cão nem gato que não quisesse experimentar a coisa, a ver se funcionava. Não funcionou, escusado será dizer. Durou muito pouco tempo essa bela ilusão de que a Democracia funciona e, rapidamente, o nosso glorioso P.A. se transformou no maior Partido nacional, vencedor antecipado de qualquer sufrágio, não apenas em Portugal mas, de resto, convenhamos, em qualquer país minimamente civilizado.

As propostas do P.A. não mudaram nem mudarão nunca, e por isso sabemos que venceremos de novo. Queremos o mesmo de sempre, de uma forma liminar e simples, acessível a qualquer cidadão, por mais ignorante e mal formado que seja. A linha política do P.A. resume-se ao próprio "jingle" do Partido e consubstancia-se no nosso símbolo: queremos mais asterisco para todos, eis tudo.

O que significa, desenvolvendo um pouco essa linha geral:

- mais asterisco para o Povo e para as pessoas em geral
- asterisco na estrutura do Estado, com asterisco nas relações deste com os cidadãos
- sistemas de Ensino, judicial e de saúde com asterisco e mais asteristicamente articulados
- um Executivo controlado por mecanismos de asterisco eficazes
- redução progressiva de asterisco nas camadas mais asteriscas da população, e vice-versa
- distribuição equitativa do asterisco nacional, através de um sistema mais asterisco e asterístico

Meia-dúzia de linhas orientadoras da acção política, apenas 6, por conseguinte, mas que resumem tudo aquilo a que nós, os abstencionistas, aspiramos com todo o fervor. Quando não vamos às urnas e, assim, contribuímos para tornar o Partido cada vez maior, sabemos bem ao que não vamos. O abstencionista não quer saber para nada dos problemas intestinos dos outros Partidos, e muito pouco ou nada lhe importa que grupo vai mais uma vez fingir que ganhou, ou qual o fabiano que, em concreto, ocupará o mais alto tacho da nação.

Bem sabemos, nós outros, que o lema desta campanha e de todos os candidatos - agora como antes, repetido até à náusea - é o mais evidente fartar vilanagem. As eleições são meros concursos de acesso à função pública, decorrendo ao longo de 15 dias, com uma classificação final atribuída em função do número de mentiras propaladas, do número de quilómetros percorridos, do número de beijinhos em peixeiras, em criancinhas e em "populares", além de outros números.

O verdadeiro abstencionista, militante por inerência e por condição, marimba-se altamente para a fantochada eleitoral, vai à praia, ao cinema, ao café, ou simplesmente fica em casa, de chinelas. Deixa olimpicamente correr o marfim porque, em plena consciência, sabe que já ganhou por antecipação, mesmo quando as eleições são antecipadas - como é agora o caso. Nós não queremos puxar o lustro às cadeiras e às esquinas de S. Bento. Queremos que os mais asteriscos se vão mas é catar, a problemática do asterisco não nos interessa nem isto, o que é tanto como nos importa outra problemática qualquer e que, em suma, se lixe o asterisco mai-los seus problemas.

Conhecida e reconhecida como é a nossa capacidade de desmobilização, activamente inertes como só nós sabemos ser, não fica aqui apelo algum a coisíssima nenhuma. Estamos certos, íntima e explicitamente, de que ganharemos depois de amanhã, outra vez, por cabazada, é mais certo do que dois e dois serem quatro, até chateia, e continuaremos portanto a ser o maior Partido português. Não é por isso necessário apelar a que não votem em nós, porque, evidentemente, vocês não o vão fazer.

Exacto. Obrigado.

Chacun pour soi.



Nota: onde se lê "asteris*****", leia-se aquilo que se quiser

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16/02/05

Some things never change


Sem querer estragar a tua boa disposição, nem a tua noite, nem criar-te pesadelos, lembro-te que estamos apertados, que este mês eu não recebo e não sei se receberei no próximo. Convinha tentarmos apertar o cinto, como quer o bochechas, o mais possível, sem sufocar. E tu sabes tão bem como eu que tudo é fogo, ou somos nós que ganhamos pouco. Convém esticar o pouco que existe até ao fim deste mês, o que não dá azo a grandes cavalgadas. É a crise, a culpa é da crise.
Boa noite.
Beijinhos.
A.

17 de Julho de 1982

glossário:
bochechas: Mário Soares
não sei se: não
apertar o cinto: spaghetti
fogo: caro, caríssimo
grandes cavalgadas: bitoque
crise: 1974 e seguintes


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11/02/05

Fuckin' brilliant

quote


Eu sou mestre de culinária
e sei enfeitar a travessa
vou comprar uma panela de pressão
para ver se eu cozinho mais depressa

Tendo em conta o poema apresentado e o contexto actual de perda de competências do Estado Social, disserte sobre o preço da gasolina sem chumbo 95 na Moldávia. Use cinco vezes a palavra gnomo e sete vezes e meia a palavra hipotálamo.
unquote

http://estupidologia.blogspot.com/

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05/02/05

É Carnaval, alguém leva a mal

O Carnaval é...

Foleiro, pindérico, rasca.
Barulho, confusão, desassossego.
Grosseiro, troglodita, borrachão.
Foliões, cabrões, camiões.
Carros, escarros, cortejos.
Corsos, dorsos, porcos.
Brásil, cerveja de barril, imbecil.
Multidão, maralha, ó-lé-lé ó-lá-lá.
Vomitado, suor, fedor.
Xanga-xanga, samba, tchecadum pum pum.
Gaja boa, broa, sapatão.
Ressaca, porrada, empurrão.
Confetti, travesti, patata-patati
Chinela, novela, favela.
Alegria obrigatória, parvoice compulsória, estupidez repetida e sem memória.



Nunca mais é Quarta-Feira. Há pelo menos uma pessoa que leva a mal a porcaria do Carnaval: eu.



imagem de http://www.regiao-sul.pt/carnaval/

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